Tiradentes

 
O Patrono da Odontologia Brasileira

A instalação do Governo Militar de 1964 trouxe novidades como a criação do Conselho Federal de Odontologia, por exemplo.
Em outro ato, a Lei 4897, de 09/12/1965, declarou Tiradentes Patrono Cívico da Nação Brasileira.
Muito antes disso, porém, Joaquim José da Silva Xavier já era Patrono da Odontologia Brasileira.
Uma dúvida ainda restava: desde quando foi proclamado como tal?
Segundo citações encontradas no acervo bibliográfico do Museu “Salles Cunha”, existem as seguintes referências:

1. Obra – Ayer, Frederico – Histórico da Assistência Dentária Infantil Zeferino de Oliveira. Rio de Janeiro: 1940. Em página não numerada, em discurso pronunciado em almoço no Hotel Glória, em homenagem ao Prefeito Alaor Prata, durante as comemorações do primeiro aniversário do Instituto, em 25 de abril de 1926, Ayer diz o seguinte:
“Se Tiradentes ocupa na História do Brasil o lugar só destinado aos mártires da abnegação e do civismo, para nós dentistas constitue o nosso símbolo querido, é consagrado como o nosso patrono pelo seu boníssimo coração, pelo seu carater sem jaça.
Modelo de virtudes christãs, Tiradentes adquiriu a sua grande popularidade, justamente porque minorava o sofrimento dos pobres com o exercício da arte dentária, rudimentar é certo, mas a única que então existia.
Escolhendo-o como patrono de uma classe, a Associação Central Brasileira de Cirurgiões-Dentistas tem sido até hoje uma verdadeira escola de civismo, força propulrosa de todos os ideais nobres, a alavanca poderosa que elevou a odontologia brasileira ao posto que lhe competia entre as demais profissões liberais.
Tiradentes é o nosso modelo – Fé – Patriotismo – e Caridade.
E quem desfralda tal bandeira, quem trás como escudo a honra, quem tem um ideal na vida, vence e nós vencemos, Srs., e no altar da Pátria colocando bem alto Tiradentes, nos ufanamos em chamá-lo Colega.”

2. Discurso de Ernesto Salles Cunha, na Casa do Dentista Brasileiro, em 21 de abril de 1939, durante comemorações sobre Tiradentes (documento manuscrito).
Entre considerações históricas, o orador diz: “Tiradentes é um symbolo. E tendo dentre as profissões abraçadas a de “tirar e pôr dentes”, elle é bem um symbolo do Dentista Brasileiro, este lutador infatigável que corre decenios atraz de um ideal, sem esmorecimentos nem canceiras, até ver coroadas de exito as suas aspirações.”
E mais adiante:
“Tiradentes é um symbolo muito querido pela Odontologia Nacional.”

3. Revista da União Odontolódica Brasileira – V. 1, N. 2, mar/abr. p. 22-3, 1960.
O Editorial não assinado diz:
“Por feliz sugestão da secção gaúcha, acolhida por unanimidade, escolheu o Conselho Deliberativo Nacional da U.O.B. a data de 21 de Abril para comemoração de solenidades alusivas ao Tiradentes, proclamado Patrono da Odontologia Brasileira.”
Direção da Revista:
• Diretor Responsável: Alfredo Reis Viegas
• Vice-Diretor: José Hildebrando Todescan
• Secretário: Marcelo Augusto Galante
• Redator-Chefe: Alberto Faria Caardoso
• Redator Diretor Comericial: Georg Frangulis
• Comissão Científica: Edmundo Pinto da Fonseca, José Barbosa e José Merzel
A sede da Revista era em São Paulo.
1. Boletim da Associação Brasileira de Odontologia – Seção Minas Gerais – N. 36, nov/dez, p. 93-4, 1980.
Em solenidade na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, no Dia do Dentista, houve manifestações diversas. Destaca-se a seguinte referência:
“A partir da Lei Estadual 7006, de 17/07/1977, ante-projeto de autoria do ex-Deputado Haroldo Lopes da Costa, as comemorações do Dia do Cirurgião dentista sob o patrocínio da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais estão se transformando em uma significativa tradição do Palácio da Inconfidência e uma das mais caras manifestações recebidas do Poder Público pela classe odontológica brasileira, pela vinculação que se estabelece com o Alferes Tiradentes, Patrono Cívico da Nação, Lei 4897, de 09/12/1965 e Patrono da Odontologia, Res. CDN – ABO – Curitiba, 1962.” (Resolução do Conselho Deliberativo Nacional – Associação Brasileira de Odontologia – Curitiba, 1962).
Os redatores do Boletim eram Cyro Gomide Loures, Celso Coelho Jr. e Edgard Carvalho Silva Filho.
A redação ficava em Belo Horizonte, MG.